O Elo Perdido

Vivemos um grande drama contemporâneo, o desenvolvimento econômico mundial em relação a utilização voraz dos recursos naturais. As implicações da temática dividem opiniões de especialistas e de pessoas do senso comum, fato é que podemos refletir sobre os caminhos e descaminhos das sociedades atuais. Crescer o PIB quantitativamente basta?

É preciso repensar a lógica do crescimento, da sociedade do consumo e da economia de mercado, pois o elo está perdido, até então esse ciclo trouxe prosperidade e glória as ‘nações e ao Capital’, os complexos arranjos estruturais introduziram fortemente a ideologia consumista, por meio de estratégias de marketing. Somos os atores dessa peça social e nela estamos nos caracterizando pelo que consumos e não pelo  que realmente somos, para exemplificar isso, podemos citar os atuais protestos e revoltas em Londres, onde jovens pobres quebraram e saquearam diversas lojas no subúrbio... Por quê motivo(s)? Ativismo político, ecológico, mudanças estruturais?

De acordo com os depoimentos prestados, a causa principal se dera pelo sentimento de humilhação presente na mentalidade daquelas pessoas e a possível desqualificação enquanto consumidores dos produtos furtados. Veja o grau a que chegamos... Isso é retrato fiel dos princípios da sociedade de consumo, né?

Os bombardeios estratégicos dos ideários consumistas mostram TVs Full HD, Homes, Smarts, I-phones, Tablets, Carrões completíssimos, bens e produtos em geral com tecnologia avançada, a tão conhecida ‘Era Digital’ aos moldes da ‘Sociedade da Informação’.
Governos, mídias, empresários e proletariados acreditam e trabalham fielmente em ‘prol do ciclo de crescimento econômico’ - matéria-prima/produção/mão-de-obra/geração de empregos/ consumo...  Os recursos são suficientes? Especialistas dividem opiniões, o fato é que na lógica natural a economia não deve estagnar e decrescer, mas é preciso crescer de forma sustentável, com qualidade e criatividade, enquanto o ‘Capital’ estiver com os tentáculos envoltos apenas nos lucros exorbitantes e no crescimento quantitativo, o mundo agoniza e as pessoas enlouquecem, correm e se matam para ter os melhores bens e/ou produtos... E para ter o carro do ano... Alguns deixam de pagar a conta de energia elétrica... Eis o mundo contemporâneo, veloz, rápido e cruel!