A formação da sociedade
brasileira contemporânea traz consigo múltiplas raízes e influências culturais,
dentre as quais podemos destacar as heranças étnicas ibéricas, africanas e
nativas fortemente associadas aos ideários burgueses e ao capitalismo moderno.
O que podemos dizer dessa junção? O fato é que a atual sociedade
brasileira vem passando por transformações sócio-culturais, mas não deixamos de
trazer conosco as características contrastantes e contraditórias dessa formação.
Pensando na atual conjuntura
político-social, vemos o triste diagnóstico da realidade quase patológica das
estruturas do Estado (foco nas instituições, serviços e agentes). Podemos dizer
que a Democracia nos serviu de marco histórico para intensificação de ‘nossas
vontades’, ou seja, ditadura da maioria, mas ainda temos sérios problemas com a
elucidação dos valores, conceitos e princípios por parte sociedade como um
todo.
Um tema que faz valer a
indignação social, se expressa na questão da corrupção política, presente
diariamente nas mídias, essa envolve inúmeros atores sociais, como servidores
públicos, políticos, empresários, bicheiros, laranjas, ‘brasileiros em geral’.
Na verdade a questão é mais séria do que pensamos, não se trata de um problema restrito
as estruturais do poder público, os brasileiros de um modo geral são corruptos
e corruptíveis, claro que existem raras exceções, é a história que nos permite
analisar essa mestiçagem cultural, onde os valores são de quase tudo invertidos,
intensifica-se o indivíduo em detrimento à ordem coletiva, há dificuldade de
separar o domínio público do privado e o personalismo se faz valer acima de quaisquer
interesses... Cidadania significa ter apenas direitos, basicamente civil e do
consumidor!
Precisamos pensar,
analisar e atuar pela mudança, é uma questão fortemente cultural, onde a
mudança se dá por meio de processos políticos, sociais e econômicos. Os
caminhos são diversos e a escolha é nossa, se a união não faz parte de nossa
herança, Por que não construí-la? Deixemos apenas as reclamações e indignações
momentâneas, sejamos atores de nossa história e para isso precisamos nos ver
enquanto cidadãos plenos, aqueles que possuem inúmeros direitos, mas também deveres...
Será que nossas almas têm
salvação? Precisamos apelar para o imaterial?
Sem sombra de dúvida o melhor texto que já li aqui! Achei ótima a colocação das revoltas momentâneas. A mídia suga os escândalos da corrupção o máximo que pode e por isso não é a mídia que vai fazer alguma coisa. Acho que só dizer que está revoltado, compartilhar frases de efeito no FB e reclamar na fila do banco, por exemplo, não muda muita coisa! O lance mesmo é mudar e como disse Renato Russo: "Se a gente quer mudar o mundo, precisamos primeiro mudar a nós mesmos."
ResponderExcluirbjbj
Bem escrito e atual!
ResponderExcluirhttp://mardeletras2010.blogspot.com.br/2012/05/vida-no-intervalo-das-musicas.html