O que é meu?

Existe uma realidade em pessoas só mostram aquilo que querem, seus sentimentos e vontades mais profundas, até profanas se escondem logo ali, em suas mentes contraditórias e conflituosas. Há valores e conceitos constituídos a priore, no agora, muita coisa acontece aqui nessa socialização em rede e é no traq, traq do teclado que construímos mundos fantásticos, exploramos nossas imagens, vidas, necessidades, angustias, sonhos e relações, criamos conceitos e valores virtuais, que a gente até atribui veracidade no cotidiano real, é um mix de coisas tortuosas, prazerosas, pesadas, leves... Enfim, ou o que você quiser atribuir, estou em constante reflexão sobre esse mundo, me vejo vendido, não mais que algumas outras pessoas.

Aqui se constrói dignidade, seriedade, beleza espiritual, caráter, até paixão e por pessoas que sequer ouvimos a voz, no caminho você acaba esquecendo de olhar ao seu redor, você anula o seu convívio familiar, conjugal e amigos, para que? Para viver em função dos traqs de cada dia ou noite, oh mundo estranho esse em que vivemos, estamos esquecendo de olhar, olhar, olhar e refletir, então me pergunto, devemos deixar de dar importância as nossas vidas virtuais? Acho que não, devemos tentar equilibrar os espaços, os convívios, os valores e as realidades, não é tarefa fácil.

Nossa mente trilha os caminhos a serem percorridos durante essa passagem terrena, ela indica caminhos errôneos e assertivos, essa massa é uma caixinha de ‘surpresas’ que está prestes a programar nossas atitudes e ações. As vontades ‘construídas’ estão póstumas a uma gama de desejos parciais ou não, temos sonhos diferentes, conceitos distintos, vontades ‘parecidas’ e realidades difusas... Viva a vida, a sua e a minha, assim separadas pela nossa construção de mundo! Há contradição, bipolaridade, choro excessivo, alegria estonteante, mas uma coisa é certa, sou real, feito de carne e osso, ainda não me vejo cego com a luminosidade e brilho da telinha! Há rumores para eu esquecer o ontem, o amanhã, e viver o agora, mas do que adianta, parece que já não tenho o espaço que havia conquistado, abro alas para os gigabytes, sistemas, redes e perfis... O que é certamente meu? Minha solidão, visão, audição, corpo e alma... Nada além!