segunda-feira, 14 de julho de 2014

Quando amanheceu

Quando o texto não for mais o título,
Quando o verso não for mais prosa,
Quando o jardim não for de rosas,
Quando o tempo não for de histórias,
Quando o samba não for de tristeza,
Quando a música não for de sentimento,
Quando a esperança não for verde,
Quando o batuque não for de emoção,
Quando o amor não for de coração,
Quando a ferradura não for a cerca,
Quando a verdade não for o silêncio,
Quando a beleza não for a construída,
Quando a liberdade não for uma forma de comunhão,
Quando o chão não for de terra,
Quando a lua não for o esconderijo,
Quando a luz não for simplesmente a elétrica,
Quando o canto não for simplesmente de dor,
Quando o inverno não for, será primavera!
Quando o incerto não for o certo,
Quando pedra não for um elemento que se tira da natureza para atirar e novamente tirar,
Quando a resposta não for a certeza confortante,
Quando a pergunta não for motivo de espanto,
Quando o mundo não for apenas de humanos,  
Quando o tênis não for mais de sujeira,
Quando o refletir não for um despertar,
Quando escrever não for mais um grito,
Quando o quando não for apenas para negar, mas também para perguntar e até mesmo afirmar,
Quando acontece, é quando vejo que ainda estou vivo, é quando sinto, é quando os medos são reais e as incertezas essenciais para novos quandos!

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