Qualquer tipo de envolvimento relacional expressa
duas facetas de uma mesma moeda, o lado bonito e feio, triste e feliz, real e
imaginário, construído e descontruído, é como a relação de um rio que corre
para o mar e encontra a pedra presente no caminho, resistente e revolta, esse
vínculo nos permite fazer analogias em todos os sentidos e campos da vida e dos
envolvimentos, sejam fraternais, conjugais e de amizades, assim humanos,
construímos um elo fundamental de ligação, que faz aflorar múltiplas
realidades, reflexões, sentimentos e situações, essa é a maior das
necessidades, é a sua, minha, nossa, é da nossa natureza essa programação
construída no campo bio-psico-social.
Nesse caminho, as construções criam um mundo dual,
duvidoso, confuso, incerto e inseguro, vemos que o mundo gira muito mais por
suas dúvidas e perguntas do que por certezas ou respostas... Mas o que é certo
nessa vida? Na minha concepção, uma coisa é certa, que a morte é o fim de
um ciclo!? O fato mais concreto é que vivemos ciclos, fases e momentos, sempre
mesclados por sentimentos diferentes, são vários lados, seu e meu, certo e
errado, bom e ruim, belo e feio, feliz e triste, a questão é que a
complexidade da construção humana traz a tona seres com necessidades
diferentes, é uma eterna espera por ‘presentes-supresas’, em certos momentos
não conseguimos entender a funcionalidade da pedra no caminho das águas, mas tudo
tem sua explicação.
A trajetória do rio descendo rumo ao mar é a mesma
da vida rumo a morte, o caminho percorrido é cheio de pedras, no leito de um
rio podemos ver seus inúmeros obstáculos e barreiras, mas é tanta beleza que
não conseguimos ver a água sem a pedra, mesmo que tentem retira-la do caminho,
algo sempre estará faltando, mas se ela está ali, a rotina segue, o rio abraça
a pedra como a pedra abraça o rio, são elementos harmoniosos, que formam uma
linda relação, eles se adaptam ao dia, noite, sol, chuva, tempestade, vento,
até a tornados... nós temos um pouco de
rio e de pedra, sem você não há nascente que suporte, não há pedra que abrace,
não há água que seja potável, sem você aqui sendo meu rio e minha pedra, a água
se seca e eu viro somente pedra, pedra, nada mais que pedra... e meu rio se
torna lágrimas prestes a secar!
Nós apregoamos conceitos e valores distintos, todos
somos adaptáveis quando queremos. O ponto chave se dá por meio de nossa visão
de mundo, é como o seu favorito café forte, o gosto vai depender da quantidade
de água, pó e açúcar, é uma mistura de substâncias e com a ‘vida humana’ não é
diferente, colocamos as coisas para dentro e para fora a todo o momento e do
jeito que queremos, há claro respeito em sua preferência por café forte, mais
para o amargo, quente, em xícara e com fumaça batizando suas infinitas
reflexões... Há muito mais do que isso de minha parte, você sabe disso, se às
vezes me ponho a criticar o seu café forte é por me preocupar se o gosto irá
lhe agradar, se a temperatura não irá lhe causar queimaduras, se o açúcar não
foi em excesso, se a xícara está com a alça firme, se a grande quantidade não
irá lhe causar taquicardia como no passado, é simplesmente isso, cuidar,
prezar, resguardar, analisar e acima de tudo amar... na modalidade real!
Não é tarefa fácil construir mundos, visões,
conceitos, valores e relações, nem um de nós está livre dessa árdua tarefa... E
como equilibrar o café, o rio, a pedra e a vida, na qual precisamos nos dividir
em mil facetas entre uma relação e outra? Na maioria das vezes não temos respostas
concretas, mas temos possibilidades e opções, então é questão de escolha,
podemos equilibrar tudo isso? Claramente as escolhas demonstram nossas
respostas, como havia dito, as perguntas movem o mundo e vou estar a me
perguntar sempre, enquanto vocês ‘minhas relações’ me fizerem pensar e repensar
sobre tudo, estarei aqui sendo o rio caudaloso e a pedra lentamente mutável. A nascente do rio é como nossa
mente, precisa ser alimentada por coisas boas...Então, plante, regue, reflita,
faça seu percurso, seja rio e pedra... Ame tudo isso!
Que intensidade...
ResponderExcluirBoa, muito boa Reynaldo! Isso é fantástico:
ResponderExcluir"Há muito mais do que isso de minha parte, você sabe disso, se às vezes me ponho a criticar o seu café forte é por me preocupar se o gosto irá lhe agradar, se a temperatura não irá lhe causar queimaduras, se o açúcar não foi em excesso, se a xícara está com a alça firme, se a grande quantidade não irá lhe causar taquicardia como no passado, é simplesmente isso, cuidar, prezar, resguardar, analisar e acima de tudo amar... na modalidade real! "
Muito Obrigado Anderson,
ResponderExcluirMe senti ótimo em escrever esse texto, é como um grito de alerta ao mundo e as minhas relações...estou aqui, não se esqueça!
Não sou um ótimo manipulador de belas palavras, mas do meu jeito tento mostrar o que penso e sinto, cabe ao mundo me ler ou não, no final quem estará perdendo?
Obrigado,
Reynaldo Loio
O que seria do rio sem a pedra? O que seria da vida sem as dificuldades? E o que seria do vermelho se todos gostassem do azul?... Toda a subjetividade da vida e morte, os caminhos da vida, as duas dificuldades e alegrias, é o que nos faz humanos. O que nos faz SENTIR. E tentar SER alguma coisa ou alguém - internamente falando. Inerente ao ser humano é achar que nossa vida não acaba com a morte. Iremos reviver? Não sei, e espero ter que esperar muito para saber disso! rs..
ResponderExcluirCerto é que cada um tem a sua visão do mundo, e devemos tão somente respeitar a visão do mundo dos outros... embora não devemos esperar resplandecentemente sentados em nossos tronos feitos por nós mesmos que respeitem a nossa, mas fazemos nossa parte e não ficamos com a consciência pesada. (Ponto pra nós!)
...Fica uma pergunta: se no nosso rio na houvessem pedras, como ela seria?!... eu já tenho minha resposta...
Beijos, adorei o texto!!!
Paolla M.