quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Condenado

Sinto que há morcegos me rondando,
Eles me condenam, mas seguem meus passos ligeiros,
Acho que é porque vejo uma pequena luz naquela trilha silenciosa,
Eles querem meu sangue quente e libertador.
Querem meu corpo jovial tanto quanto minha mente turva?
O que eles querem afinal?
O que eu quero?
Não quero ser consumido como uma picanha suculenta...
Mas, existe algo de diferente num desses morcegos,
Esse não é um mero sanguessuga,
Há brilho nesse olhar, compaixão, um espelho reflexivo!
Estou confuso por não temer esse morcego,
Existe algo diferente em mim ou será nele?
Como posso desejar proximidade desse ser ‘selvagem’?
Sinto-me nascendo da morte,
E parece ser a última vez em que retorno,
Estou num sonho desconexo e vampiresco?
Esse olhar não é estranho, eu o reconheço!
Acredito naquela máxima que tudo pode ser camuflado de menos o olhar,
Esse brilho acaba por me consumir, hidrata em igual peso que desidrata,
Eu não sei por que, mas era para eu chorar, mas continuo rindo!
Esse morcego tem brilho próprio, mas não é só no olhar,
Mas ele tem suas fraquezas, que só um olhar compenetrado enxerga,
Ele precisa de um combustível para seu brilho,
Ele parece um morcego único,
Seu sustento vem dá luz que o cega?
Ele é um morcego diferente, mas se alimenta de sangue, do nosso!
Continuei caminhando ligeiro e pensando naquele morcego,
Associe-o a um personagem de desenho aminado, o gato de botas, era um olhar daquele!
Esse morcego quer saciar seus desejos e necessidades, aproveitando-se da melhor parte de um corpo, o coração!
Afinal, nesse sonho desconexo, há uma conectividade,
Ele não querer me matar, apenas me consumir aos poucos, de modo que eu não consiga mais caminhar rumo à luz...
O seu olhar é sua maior arma.
Estou louco e condenado, tanto quanto ele?
Sim, pois somos iguais!

Um comentário:

  1. Morcego de almas, com olhar de gatinho manhoso. Morcego de amor, e de consumo imediato!
    Morcego de tristezas, lava a alma e reidrata, enche de beleza a vida, um olhar insano e louco, de tudo um pouco. Morcego cheio de amor, não quer tirar o sangue, quer tirar a dor e pôr a mansidão. Morcego de alma leve, coração retumbante, invade sem meios termos, com uma alma imortal e beleza resplandecente.

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