quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Encontros e Desencontros

Lost in translation ou perdido na tradução, esse é o nome do fantástico filme de Sofia Coppola que aborda de certa forma, o vazio humano e a insatisfação quase inconformista de pessoas que não possuem plenitude em alguns aspectos de suas vidas, como no amor ou na carreira profissional, talvez esse seja o plano de fundo mais que necessário para eu buscar entender o que se passa comigo.
Nesse momento e como em todos os outros, a única certeza que tenho é a incerteza, posso dizer que estou perdido na tradução, em algo que não sei julgar pesos ou medidas, algo de significados e símbolos flutuantes, algo que tem palavras perdidas e frases soltas, algo como corações em conflito, algo como sentimentos múltiplos de melancolia, vazio e tristeza, algo que habita desabitando, algo desconfortável e incomodo, algo que me rouba e me leva para inconstância, algo que faz vagar devagar, algo que me faz lembrar, rir e chorar, algo invasivo e incisivo, algo como uma tempestade, algo como o sol, algo como um eclipse, algo que desalinha e desloca os pólos, algo que ainda não sei mensurar valor, algo enigmático, algo que preciso responder para mim mesmo.
Simples assim, algo que me deixou ir sem se quer sorrir, algo que me deixou porque se desencantou, algo que era para ser em partes, partilhadas, algo que era para juntar porque não tinha sentido separar, algo com respeito, algo com amor, algo não necessariamente intenso, algo imensurável como tempo e espaço, algo paciente, algo de gente, algo que não se cansa, algo cíclico, algo como teste de programação, algo aceitável porque traz os mais belos sentimentos. Ou seja, se algo tem sentido, porque não voltar e substituir todos os algos por amor, mas se algo não tem mais sentido, que algo seja apenas algo, perdido e irrecuperável, como algo morto. E se eu pudesse responder algo com essa reflexão, responderia que não me arrependo do amor, tampouco de suas consequências, nem quero mudanças, mas algo precisa ser dito, algo como amor, amor como algo, algo como algo ou amor como amor, basta escolher e eu já escolhi. 

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