quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Sonho meu

Hoje acordei dentro de um curta metragem animado, eu estranhamente fazia parte daquele desenho, ele era mágico e trágico, lidava com situações conflitantes e mudanças de vida, me pareceu uma história fantástica, algo jamais visto por mim em essência ou em histórias reais, não sei se são memórias de outras vidas ou simples fruto da minha imaginação, nem é minha pretensão roteirizar aqui, senão alguém vai roubar minha ideia, mas vou relatar alguns detalhes desse sonho-reflexão que é de uma beleza estonteante.
Eu era um menino negro de aproximadamente 7 anos, gordinho, bochechudo e de cabelos encaracolados, eu havia me mudado há pouco tempo para aquela cidade praiana, lá se chamava Florianópolis, era uma cidade portuária e com navios cargueiros enormes, mas estranhamente, morávamos atrás de um morro próximo ao porto, não era um lugar de muitas casas, parecia uma ladeira com paralelepipedos, eu tinha uma bicicletinha vermelha com aquela buzina fon-fon, mas aquele lugar onde morava parecia estar meio a margem da cidade, dificilmente encontrava alguém, não havia negros, logo eu era meio que atração para as poucas pessoas que via.
Nesse sonho, minha mãe parecia aquelas negras norte-americanas histéricas, tipo a mãe da Preciosa, falava alto, cabelo ao ombro, parecia falar outra língua, não entendia muito bem o que ela dizia, eu era um menino muito viajante, enquanto sentava à mesa, minha mente vagava e eu só imaginava encontrar o lugar que sempre estivera em minha cabeça e coração, um lugar onde eu era aceito igualmente, mesmo com todas as diferenças, onde eu amava ao próximo e com isso me encontrava na felicidade plena, aquele lugar não era perfeito, mas era bem próximo disso.
Lembro de pedalar rumo ao horizonte, rumo a fronteira além daquela praia, tipo em busca de um lugar novo, paralelo e bonito, eis que no caminho encontrei um jovem rapaz, um dos poucos que me consegui dialogar nesse sonho, eu o indagava sobre o rumo daquela que parecia uma infinita praia de linda paisagem verde bambu, o porto estava ali no meio do nada, parecia que estávamos na ponta de uma baía, mas não eu conseguia ver nada para o lado direito, sabe quando você tapa o olho não vê aquele lado, era tipo isso, mesmo que eu virasse, o lado direito nunca parecia conter nada, lembro ainda de alguns pássaros sobrevoando os navios e o  som das ondas quebrando na areia.
Eis que o sonho se foi e a reflexão ficou, isso parece é um presságio para algumas respostas que venho buscando na vida real, talvez seja hora de buscar esse lugar e essa missão,  talvez seja hora de deixar minha mente gritar e meu coração falar, talvez seja hora de superar as magoas com as incertezas mundanas e com as atitudes inglórias, afinal é preciso amar as pessoas com se não houvesse amanhã? Que amemos ao menos aquelas que precisam de gente, aquelas que necessitam crescer e aprender, assim como eu preciso delas para o mesmo princípio, quero amor de estima e ação, viva o bicho humano e o amor de estimação, viva o sonho que me levou mais perto do real, mais que a própria vida real.

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