segunda-feira, 26 de maio de 2014

Infinito ser

Alguém, talvez você mesmo, já lhe perguntou quem era e alguns segundos se passaram até que a resposta saísse ou talvez nem saísse! Talvez eu não seja o único solitário perdido nessa madrugada de segunda me perguntando quem realmente sou e o que busco ser!
No fundo, buscamos algo perdido quando a névoa paira sobre nossas cabeças, plantando um mix de dúvidas, anseios, desejos, respostas, desconfortos, perguntas, contradições, emoções, decepções e uma infinidade de sentimentos e sensações.
Sentimento de alguém desbussolado, desencontrado, desarranjado, alguém que foge e que nunca se encontra, que carrega a apatia de quem se vesti diferente mas não é percebido, do peixe fora d'água, alguém que busca a liberdade quase constrangedora do vôo da gaivota sob o mar, alguém quase humano e ainda esperançoso...
Alguém que tem o elemento terra em sua essência, mas não se fixa num só ponto desse chão de imensidão, alguém que olha pro céu e sempre tem esperança de dias melhores,  alguém que faz das estrelas suas melhores lembranças, alguém que já lutou por uma constelação,  mas por hora, o que lhe restou foi sair ao corredor e enfrentar sozinho seus maiores medos e até conversar com a loba conselheira, alguém que tem saudade do vivido e do incompreendido, uma sodade a la Jesuton, que mistura los elementos, los idiomas, los povos; alguém que não é terra pois carrega em si todos os elementos da vida e da natureza, alguém que odeia essência, pois não concebi para si, algo posto e vindo, entendendo que é preciso trilhar sem fim por caminhos tortos, para talvez descansar em lugares guardados nos meus mais lindos sonhos, se há graça na vida, então deixo o caminho me elevar ao espírito em que ao mesmo tempo liberta, me amarra, como uma onda que quebra na areia e a mesma absorve algo para si e devolve algo pro mar. 
Sigo viajando, refletindo, lembrando que se a onda representa o mar e quando se quebra, faz o ato do mar beijar a areia, essa leveza é inexplicável, assim como pensar em tudo que o universo me dá, as estrelas cadentes e o amor que me aquece o coração e alumeia a alma. Quando vagueio, reconheço no mar, na lua, nas estrelas, na areia, no voar da gaivota, nas perguntas e numa vontade de me perder pra sempre nas infinitas descobertas, é em tudo isso que me prendo, para viver e simplesmente não esquecer que a vida é feita de ciclos, que vem e vão,  a certeza em "essência" é a de que nunca saímos igual deles e se eu continuar a escrever, muitos blocos irão embora porque as perguntas são infinitas e as respostas intermináveis.

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