terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Assassinato da flor 2

Não há nada de mágico, lírico ou poético nas linhas dessa nota, 
O que eu julguei ser primavera não passava de inverno, mas até os invernos trazem alguma sensação pra corações que pulsam,
As flores se congelaram em meios as nevascas que atingiram essas terras.
Mórbidas, tétricas, incolores, quase plásticas, sustentadas apenas por galhos retorcidos e empobrecidos de vida,
Flores que levaram a primavera que brotará outrora,
Nas rosas vejo duas facetas do mesmo crime, o vermelho que florescerá a vivez pulsante de sentimentos puros, agora traz a tona folhas secas e abastadas de negritude mórbida, expressando em minha memória, olhos ofuscantes e silêncios ensurdecedores, 
A primavera mais fúnebre do meu jardim me fez enterrar umas 30 vezes meu coração num mix de prisão, luta e liberdade. 
Me sinto uma dessas personagens estranhos e diferentes do Tim Burton, pálido e arredio ao mundo e as pessoas, como se em cada ato de enterrar algo fosse tirado sem retorno, como se não restassem mais feixes de luz e esperança, tampouco cor nos sorrisos e olhares, tudo é vazio e nenhum som traz a melodia que preciso para dançar no jogo da vida! 
Não há culpados nesse crime de vida e morte, só não tive cúmplice pra dar vida nem morte,
As flores simplesmente nasceram porque é a lógica da vida e da estação, assim como a morte se fez presente no último suspiro de dor em meios aos flashes brilhantes de uma bela e curta história de jardins.

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