sexta-feira, 6 de março de 2015

Cotidiano embriagado

Minha vida deveria ser hilária, 
Minha vida deveria ser...
Mas eu nem consigo escrever,
O vento no quarto é de ensurdecer,
A dança da cortina se faz na surdina, 
A luz que entra sem bater, bate ao entrar, 
Um rosto deflagrado de desilusão,
Uma rotina ilusoriamente massacrante, 
Entre a janela e as nuvens não há pássaros, pois já é tarde, 
Alguns vão entender esse vazio que o cotidiano pode trazer...
Quando não consigo enxergar os tons de vida, fico a pensar, o que será? O que será?
As fitas do Bonfim se lançam fora da janela, levando as cores da aquarela, 
O céu segue provocantemente azul, a janela segue portal, o quarto segue penetrado de feixes de vida e de espadas de luz.
E a vida? Segue cotidianamente embriagada de reflexão com pitadas de desilusão.

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