quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Garoto do interior

Todos vocês dizem que sou um garoto bom e do bem, 
Mas isso nunca é suficiente, baby! 
Eu posso tocar quase tudo, mas o que mais quero não é, não existe e não tem por perto,
Não há jardim que suporte um verão de tempestades, 
Não há coração que sobreviva as brisas congelantes pra quem está perdido nas estações,
Eu poderia morar pra sempre dentro de você, senão fosse tão jovem e velho,
Uns nascem para ouvir música deprimente, decadente, melancólica e contemporânea,
Outros se embalam nos ritmos quentes, passinhos coreografados e de nostalgia tom vintage. 
Talvez isso não seja da minha geração, talvez eu nem seja dessa geração, 
Talvez eu só seja mais um garoto-homem do interior querendo descobrir o que há lá fora, 
Um garoto com coração que arde em chamas e a pele em sabores agridoces, 
De um jardim que floresce no interior de emoções em meio a olhos brilhantes e coração pulsante,
Isso é tão inspirador para mim, que pareço estar em frente ao mar numa tarde de outono de poucos sons e muitas aves,
Há uma terra de liberdade em meus pensamentos e eu tenho escolhido pensar apenas em você, 
Mas isso nunca é suficiente, baby! 
Afinal todos dizem que continuo sendo um garoto bom e do bem, só que cada vez mais imerso em chamas e com o brilho fortemente reluzente, assim como minha pedra...
Até quando produziremos romances metanfetamínicos?
Até quando suportaremos os efeitos passageiros dessas paixões viciantes e desses amores inibidores de pura vivência. 
Até quando faremos questão de se descobrir e quase que nunca se permitir.
Até quando polarizaremos fogo e água, mar e vento, chuva e sol, tristeza e felicidade, lua e estrelas, 
Até quando seremos apenas garotos do interior? 
Garotos empoeirados com uma pura esperança de algo que não foi puramente vivido. 
Garotos que sonham utopias de uma vida vinda do interior de seus interiores, expandida para além do se e para dentro do ser. 




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