segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O que não tem título nem nunca terá

Tudo que é imaginável, existe, é e tem,
Pode parecer que utilizo jardins para explicar sentimentos mal resolvidos e talvez palpáveis,
Uma retórica necessária, quase letal a um coração que acumula inúmeras tentativas de florescer,
Preciso falar de jardins, pois lá mora a parte mais bela e admirável do meu paraíso,
Meu jardim está florescendo fora da estação!? Sabe-se que sou desajustado e desarranjado quando o assunto é cultivar jardins, 
Eis que cultivei uma árvore bem verde e com galhos fortes,  pois você me trouxe um tipo de esperança única,                                  
Construí um balanço pitoresco entre as margaridas de tom branco algodão e da grama verde musgo, 
Nele eu espero essa espera que impera para eu lhe ter novamente,
Sigo balançando de olhos fechados entre as idas e vindas das cordas, os pássaros cantam e os galhos fazem um rugido quase melancólico devido o atrito com as cordas,
Abro os olhos e logo acima encontro seu olhar, mesclado em diferentes tons de brilho e medo, assim como num céu azul levemente preenchido de nuvens de chuva,
Me volto a frente e vejo o horizonte que me traz uma angustia tétrica devido essa distância fisicamente presente,
Me volto à esquerda para conseguir mais impulso, sigo balançando para junto de ti, as pernas estão livres e os pensamentos voam com destino certo, você! 
Me volto à direta e a cor que prevalece é o verde, o verde de folhas que caem lentamente sobre a grama pontiaguda, o verde que me traz a esperança e a cor preferida em meio a beleza dos seus olhos,
Me volto ao chão e logo a frente estão as margaridas de vivez e luz reluzentes, vou diminuindo a velocidade, como quem precisa parar e se encontrar...
Peço licença à natureza do meu jardim e retiro uma flor de margarida,  fico ali desfolhando_a até descobrir se o próximo encontro vai existir em meios as muitas horas sem você,
Aquelas mesmas que cismam em voar quando estamos pertos e  em estagnar quando estamos longes.
Como eu disse ao início, você é imaginável, existe, é e tem... E ainda está vivo de alguma forma em mim, ainda é bela ao ponto de colorir meu jardim de tons verdes e azuis até a próxima "estação".

Nenhum comentário:

Postar um comentário