segunda-feira, 7 de setembro de 2015

O sabor do café

O papel não chega em minhas mãos no tempo necessário pras sensações serem condensadas em palavras,  
A caneca tem a alça quebrada e o café chega frio e amadeirado em meus lábios quentes,  
Os lábios estão levementre cortados pelo prazer de uma música cantarolada na janela deflagrada,  
O vento corta meu rosto pálido e abre fissuras labiais,  
Eu me transporto pro aconchego de um corpo quente e macio,  
A melodia suavemente bucólica da Lana, atravessa meu corpo e penetra minha alma,
O corpo transmite minha forma Lolita, grita e clama por chamas e arrepios de prazer, me debruço levemente com a cabeça pra fora da janela, como se quisesse fazer um charme redento e fogoso, daqueles que tem um sorriso sexy de canto de boca,  
A alma se faz penetrada pelo vento que corta sem navalhas,
A pele gélida, guarda o coração quente e as bochechas rosadas,
A alma dança no escuro em meio a um corpo elétrico, 
O café esfria rápido, a noite tá fria, a caneca tá sem alça, a fatura tá paga, sim paga, porque é nela que escrevo essas palavras na falta de papel limpo,  
Esse é meu paraíso filosófico, minha perdição mundana e minha salvação atemporal,  
O celular vibra e a luz violeta se acende, violentando meu surto de palavras,  esse é o mundo contemporâneo,  
Talvez seja hora de deixar algumas palavras perdidas na cabeça e curtir alguns segundos de emoção, 
Sigo refutando o garoto do interior,  o baby que bebê do café à vodka!  
Sigo descobrindo o peso do meu coração, sempre atravessado de idealismo e esperança,  
Sigo com o café frio,  mas com o coração quente.

2 comentários:

  1. Nada contra a Lana, mas se continuar ouvindo as músicas dela pode entrar em depressão. Rs
    Brincadeiras a parte, excelente texto! Como sempre!

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    1. kkkkkkkkkkkk tô é morto, mas não em depre, uso Lana com moderação! Obrg Luane. :) Vou até ouvir novos baianos pra me inspirar na natureza e na alegria..rsrrsrsrsrs

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