Os filmes mexem comigo tanto quanto o
amor, não que eles sejam mais importantes para mim, mas é através deles que
olho, vejo, revejo e reflito sobre os múltiplos sentimentos que nos rodeiam.
Existem tantas definições do amor que não quero nem entrar no mérito, há quem
misture amor e paixão e vice-versa, há quem ama sem ser amado, há quem acha que
amor é expressar seus sentimentos mais plenos num pedaço de papel, há quem acha que amar é ser poeta, é amar com todas as forças e
com toda visceralidade, há quem abusa das palavras e há quem abusa do amor, há quem não
sabe usar as palavras e ama do seu jeito, há quem ama como num contrato -
cheio de clausulas e obrigações, há quem acha o amor um sinônimo de posse e
ciúme, eis que ficaria aqui falando das inúmeras formas do sentimento e do
estado de espírito que é o amor.
Voltemos aos filmes, já que me falta
visceralidade, como há que existe em alguns poetas virtualmente “plenos” dessa contemporaneidade, falo dos filmes, das histórias roteirizadas que se cruzam a todo o momento e
que permitem multivisões sobre conceitos, formas, expressões, arte e
sentimentos, nesse caso retrato os que abordam a temática do amor, não
necessariamente entre um casal, confesso que não gosto de comédias românticas,
sobretudo porque não sinto sinceridade na abordagem, acho muito conto de fadas
e essa não é minha praia, gosto de histórias cotidianas, imagens que falam por
si só, de roteiros que rasgam todos os verbos, os julgados e conjugados, os claros
ou nas entrelinhas, gosto da exploração de uma bela atuação, que de tão bela, vira paisagem, como no aborto da inconformada April em Foi apenas um sonho, como no olhar sufocante e compenetrante de Amelie Poulain em seu fabuloso destino,
como na incomensurável e secular interpretação de Marion em Piaf – um hino ao
amor, como no filme Blue Valentine em que vi os problemas relacionais mais
realistas das personagens Cindy (Michelle Willians) e Dean (Ryan Gosling) ou quem sabe a surpreendente história
de amor baseada em fatores reais de Leo e Page, separados e unidos por um acidente
de carro, enfim como no amor, os exemplos de filmes são variados e as opiniões múltiplas.
Na verdade gosto das paranoias, noias e
paras dessas personagens, dessa associação e desse mix de ficção e realidade,
gosto principalmente dos dramas, sejam trágicos, existencialistas, realistas,
enfim, gosto da delicadeza do amor (filme e sentimento), expressa na sutileza
da perda de alguém que se ama e na intensa e tocante descoberta de novas formas
de se amar, gosto da perda das personagens, gosto das falhas de caráter, gosto
do choro e do riso, gosto do Brilho eterno de uma mente sem lembranças que pode
ser simbolizado por uma única palavra, amor, sim o filme poderia se chamar amor
e desse modo, demonstro aquilo que me faz refletir com a maior veemência do
mundo os significados e o verdadeiro estado de espírito que é o amor.
Viva o amor, os filmes, as pessoas, o cotidiano, os conceitos, os
momentos e aquela bela sensação que dura em média 2 horas, aquela que te faz
pensar e refletir sobre muita coisa, que te faz chorar, rir, gritar e se empolgar,
enfim, faz você ver que não há tempo perdido e na verdade que ganhou combustível para os seus
pensamentos e álibis para seu corpo e para sua alma. Viva o amor seja ele qual for, viva os
filmes, os bons é claro, e como isso varia de uma interpretação a outra, viva os que eu julgar, aqueles que me fazem ser a melhor versão de mim mesmo.
Viva...Ótimo texto.
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