terça-feira, 4 de novembro de 2014

Tudo de mim

O universo conspira para que você tenha tudo de mim, 
Tudo que simplesmente sobrou de bom de todos esses novembros,
Tudo que nem o mais belo sorriso conseguiu até hoje,
Estive rabiscando nos cantos de folhas e nos blocos de notas sobre todas as estações, Tentando registrar e entender que tudo nem sempre representa o suficiente para as pessoas, 
Estive fragilmente perdido por não poder te dar meu todo, que por hora fragmentou-se aqui dentro, 
Agora tudo o que posso te dar será suficientemente fragmentado, 
O muito talvez seja pouco ou vice-versa, só depende de quem dar e de quem recebi,
Talvez tudo não passe de possibilidades e de trocas fadadas a um começo sem fim, 
Tudo parece ser cármico nessas estações,
Tudo que as estações trazem me faz lembrar você e com saudades eu conto os dias para te ver,
Assim como o fim do dia, tudo vai no minuto seguinte que você se vai, mas retorna com força total com o nascer do sol,
Sem você, tudo parece me remeter ao vazio da solidão que a alma carrega,
Tudo parece mágico quando você dorme feito um anjo numa terra de monstros, 
Tudo parece vivo e alimentado quando você abre seu sorriso, 
Tudo parece se perder nas suas curvas, até eu.
Tudo parece provocação do universo comigo,
Tudo parece testar minhas emoções, 
Tudo me remete a desfazer o jogo que me fizeram acreditar ser o amor,   
Tudo parece cair por terra, pois no fundo carrega a pureza de uma flor no jardim, 
Há sempre exceções para o todo,
Há dias em que você não chega verdadeiramente em mim, dias em que meu peito se esvazia como num fim de tarde silenciosamente fúnebre,
Tudo talvez seja uma forma excessivamente desesperada de tentar lhe ter, mesmo sem reconhecer todas as estações do seu ser,
Tudo talvez faça sentido para mim e quem sabe pra você,  
Tudo talvez seja uma forma de aprender verdadeiramente a superar os egos e as expectativas daquilo que se quer, mas nem sempre se pode ter,
Tudo expressa a forma como se olha para o todo, 
Todo esse seu tudo, mesmo que de exceções, me faz ser um todo cheio de tudo,
Descobri que nem tudo que todos possam me dar, me fará pleno de todas as formas, pois eu nunca poderei dar o todo que se espera e ter o todo que espero!
Tudo em mim vem com as estações,
Tudo em mim é mutável e adaptável,
Tudo em mim varia, floresce, seca, rega, nasce, morre, vive e quem sobreviver ao meu todo, terá a possibilidade de um tudo mais maduro e saboroso, assim como as variadas frutas das quatro estações.  

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