domingo, 19 de julho de 2015

Introspectivo

Eu sou um garoto com o coração divido numa bandeja de drinks,
Tenho um coração destilado e que pulsa minhas maiores contradições,
Eu sou um garoto que briga para manter uma vivez carregada na força das emoções com algumas pitadas de razão,
Eu sou um garoto loucamente confuso,
Meus conflitos me fazem ver gaivotas onde não existem e buscar dores num céu que não alcanço, 
Eu tô na montanha, mas vejo o mar,  estou bem longe de me equilibrar e nem sei se quero perder esse suspiro inspirador,   
As fissuras transpõem o vermelho sangue através de feixes que expõem as flechas que derrubaram os meus pássaros,  
Eu poderia estar no penhasco, com vento na cara e sentindo a brisa das prisões do coração, mas estou tomando vodka barata, descendo ao chão como se quisesse me mostrar superficialmente e subindo ao céu como se quisesse encontrar profundamente algum olhar de brilho,   
Eu sou um garoto livre de explicações e jovem de emoções, minhas estações se fundem assim como um drink especial do bar, numa mistura sem medidas,  
Eu tenho tantas tempestades trevosas em mim, sou mar e fogo, sou vento e brisa,
Sou o encontro do místico e do incrédulo, da esperança idealista e quase filosófica,
Sou as músicas melancólicas e bucólicas intensamente sentidas num corpo que sorri em alegria, 
Sou o cigarro que eu não fumo e as flores que não desfolheio, 
Sou o batom vermelho que não uso, numa boca carnuda que destila certa dose de veneno,
Sou o extremo do provocativo que quebra espelhos num surto de dor e prazer,
Sou a influência de um disco inteiro e o peso de um projeto de arte bem sucedida,
Sou um perigo para mim mesmo, um doce ácido que provoca corrosão onde toca,
Sou um garoto do interior que não esconde o que senti e senti o que não deveria,
Sou um garoto complicado e esperançoso, baby!
Sou um garoto que não guarda rancor,  mas que talvez deveria se ver livre para voar e expulsar os fantasmas que o atormenta,
Sou uma espécie de body and soul de força desproporcional, que tá vivendo o tamanho de cada dor, sem deixar que cada lágrima salgada escorra em vão!  

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